Respondendo ao islã

Eu era um ministro da Nação do Islã

Negrinho, está vendo essa barra de ferro? Eu vou te ensinar uma lição.” Me mandaram tirar todas minhas roupas, mas eu me recusei. Após discutir e ser ameaçado, eu decidi consentir, exceto minha roupa de baixo. Então eu fui jogado dentro de uma caixa de metal de 3 por 3 chamada de 'Buraco'. Estava frio e lá não havia luz exceto aquela que brilhava por uma pequena fresta. Três vezes por dia recebia pão, sopa e água por uma abertura na porta. Eu tinha quinze anos.

 

Eu fui educado como Cristão em uma igreja predominantemente branca. Minha mãe ia aos cultos, mas meu pai não. Embora ele fosse alcoólatra, ele era um bom provisor. Às vezes, sob os efeitos do álcool, ele era abusivo, especialmente contra minha mãe. Minha mãe demonstrava uma boa conduta Cristã. Quando criança, eu nunca a vi bebendo álcool ou a ouvi dizendo coisas feias. O conflito em minha casa me deixou muito confuso.

Eu aprendi todas as histórias da Bíblia na Escola Dominical. Fui ensinado que Jesus morreu por meus pecados. Até posso me lembrar de pedir a Deus para entrar em meu coração, ainda que eu nunva o conheci como meu Salvador especial. Quando criança, eu gostava de ir à igreja porque era um lugar para se divertir. Isso me deu oportunidades que outras crianças de minha comunidade não tiveram. Entretanto, eu cresci e fui à igreja só por ir.

As pessoas da igreja eram muito amáveis e gentis. Vindo de uma família de sete irmãos e três irmãs, nós tinhamos grandes necessidades. A igreja nos ajuda muito. Todo verão eu procurava ir para o acampamento, que era patrocinado pelo Exército da Salvação. Entretanto, por volta dos dez anos, eu passei por uma ofensa verbal e abuso sexual de um conselheiro.

Eu me lembro de incidentes de racismo e de ofensas verbais tanto em minha escola quanto em minha comunidade. Inconscientemente, a raiva começou a inchar dentro de mim, e, gradualmente, eu comecei a me rebelar, mas eu não sabia o por quê. Eu vivia a oeste das linhas do trem que separavam os dois lados da cidade. Noventa e cinco porcento das pessoas que viviam no lado leste eram brancas. Noventa e cinco porcento das que moravam no lado oeste eram negras.

Quando eu tinha quinze, fui atacado por quatro garotos brancos na escola num dia. Enquanto eles me chutavam e me pisavam no chão, meu professor branco ficou só olhando. Já que o professor não tentou detê-los, decidi usar o estilete que eu tinha em meu bolso para proteção. Quando eu o fiz, os quatro garotos correram. Então, meu professor falou para outro professor chamar a polícia. Fui acusado de assalto agravado por portar uma arma escondida, levado à seção juvenil da cadeia municipal, e fiquei preso numa cela por três semanas. Após a primeira semana, eu comecei a protestar por estar preso numa cela por tanto tempo. O colchão daqueles que protestaram foi retirado. Por sete dias eu dormi numa caixa aberta no chão de concreto. Então, por eu haver iniciado o protesto, fui levado ao escritório do diretor, ameaçado e jogado no Buraco. Após seis dias fui levado de volta à minha cela para dormir na caixa aberta.

Pouco após ter sido liberto do centro juvenil em 1966, me mudei para o Queen em Nova Iorque para viver com meus tios. Foi durante esse tempo que eu entrei em contato com os Muçulmanos do Nação do Islã (Nation of Islam). A única coisa que eu sabia sobre o Nação do Islã era o que eu havia lido na autobiografia de Malcolm X. Ele teria vivido na seção Elmhurst Leste do Queens, não longe de onde eu morei. Eu notei como os Muçulmanos da comunidade eram limpos e como eles cuidavam bem dos negócios. Não muito longe ruas acima no Northen Boulevard ficava o quartel-general da gangue dos Black Panther. Posso me lembrar de um tiroteio que eles tiveram com a polícia. Eles eram muito ativos na comunidade. Havia uma área no Northen Boulevard que era tão perigosa que foi apelidada de “Vietnã”. Por conta do conflito que eu estava tendo dentro de eu mesmo, comecei a me envolver com drogas.

Na ocasião eu particapava da igreja, procurava paz, mas não ouvia nada que fosse relevante para mim. Eu precisava ouvir sobre um Deus que me ajudasse aqui e agora, não depois que eu morresse.

Por causa das drogas eu acabei numa prisão chamada de Tumba, e eventualmente em Rakius Island. Lá me envolvi com um grupo Islâmico chamado de Five Percenters (Cinco Porcento). Eventualmente eu entrei para o Nação do Islã.

O Nação do Islã me ofereceu ensinos morais, disciplina e a direção que eu precisava. Eu estava muito confuso. Nós eramos chamados de Negrinhos. Fomos chamados de Pretos, pessoas de Cor, gente Preta, Afro-americanos, mas eu não sabia quem eu era. O Nation of Islam me deu algum tipo de identidade.

Após ser liberto de Rakius Island, voltei para Nova Jersey e me envolvi muito no Nação do Islã, e comecei a ensinar a mensagem de Elijah Muhammad. Me tornei muito visível e ativo na comunidade, ensinando nas escolas, centros comunitários e cadeias. Tivemos um grande impacto nos lares juvenis e em cidades do interior.

Só para ver o que os ministros pregavam, eu comecei a visitar diferentes igrejas da área. Ouvi um monte de gritarias e barulheiras, mas nenhum ensino. Havia muito conversa sobre Deus no céu, e sobre como as pessoas como eu precisavam ouvir sobre um salvador que as ajudaria.

No começo de 1972 eu comecei a ir a Chicago visitar Elijah Muhammad. Também comecei a servir em algumas turmas em Harlem, Nova Iorque, no Templo Número Sete. Eu conheci e comecei a falar com o Ministro Louis Farrakan, que era o representante nacional do Honorável Elijah Muhammad. Eu recebi e aprendi todas as lições do Nação do Islã.

Por 1974 comecei a ler o Alcorão e outros livros Islâmicos. Esses livros não batem com alguns dos ensinos do Sr. Muhammad. Por volta desse tempo o filho de Elijah Muhammad, Wallace D. Muhammad, começou a ensinar os ministros do Nation of Islam, provavelmente para preparar os membros para a morte de seu pai. Ao tempo de sua morte em 26 de fevereiro de 1975, eu estava em Chicago. Naquele dia Wallace D. Muhammad foi declarado o líder do Nação do Islã. Ele reinterpretou alguns dos ensinos de seu pai e até mesmo admitiu certos equívocos que seu pai cometeu. Ele disse que seu pai estava errado ao ensinar que as pessoas brancas são demônios. Desse modo, Wallace D. Muhammad começou a levar os seguidores de Elijah Muhammad para a corrente principal do Islã. Me lembro de quando Elijah Muhammad foi perguntado por um Muçulmano estrangeiro, “Sr. Muhammad, que é esse ensino estranho que você está ensinando ao povo?” Elijah respondeu, “Eu não estou aqui para ensinar o Islã. Estou aqui para salvar um bebê do fogo.” Wallace Muhammad ensinou que seu pai quis acordar o gigante negro adormecido dando-lhe um choque em sua comunidade negra.

Eu li o Alcorão inteiro e qualquer livro sobre o Islã que eu pude encontrar. Já que os Muçulmanos não podem orar adequadamente em seu idioma próprio, eu aprendi a fazer minha orações em Árabe. Comecei a viajar e a estudar intensamente com os ímames no Egito, Arábia Saudita e Nigéria. Li tantas hadices sobre as tradições do Profeta Mohamed que eu puder ler. Por causa de meus estudos, eventualmente eu obtive a posição de ímame. Eu preguei sermões na mesquita, conduzi orações congregacionais e ensinei o Islã em campus universitários, escolas e em comunidades. Comecei a pregar muito incisivamente contra o Cristianismo.

Por volta de 1985 comecei a discutir o Islã com minha família. O Islã ensina que Allá é um, não três. Como ele poderia ser um e três ao mesmo tempo? Eu li a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse, mas não pude compreender o conceito de três em um.

Minha irmã gẽmea servia numa escola chamada Cristo para as Nações, no Texas. Frequentemente escrevíamos um para o outro. Ela escreveu sua visão sobre Jesus Cristo como Filho de Deus. Eu escrevi sobre Jesus Cristo como um profeta a partir de minha perspectiva Islâmica.

Uma vez eu escrevi dizendo à minha irmã que Jesus não poderia ter morrido na cruz, caso contrário teria sido como cometer suicídio, já que um homem não pode morrer pelos pecados de todo mundo. Ele me telefonou e disse-me que, “Independente do que você diz ou crê, Jesus morreu por nossos pecados e ele te ama. Algum dia você vai aceitar a Cristo e se tornará um Cristã.” Eu respondi, “Nem em um milhão de anos!” Continuamos a escrever e a ligar um para o outro. Também tive conversas com minhas outras duas irmãs e com minha mãe sobre o Islã versus Cristianismo.

Um dia, minha irmã e eu estávamos nos falando pelo telefone quando ela disse, “Eu tenho orado por você e eu te desafio a orar e a pedir a Deus para te provar que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que ele morreu na cruz por nossos pecados.” Eu aceitei o desafio porque eu amo desafios e porque eu confiava no Islã. Eu decidi que se Deus me provasse que Cristo morreu por meus pecados, então eu me tornaria Cristão. Se não, eu ensinaria e promoveria o Islã como nunca! Eu fiz a oração com frequencia. Eu não soube se não depois que centenas de pessoas estavam orando por minha conversão.

Numa noite eu estava em frente à uma loja. De repente um homem me pediu informação sobre o caminho para a igreja. Quando o perguntei quem ele conhecia naquela igreja, ele disse o nome de minha irmã mais velha. Quando ele percebeu quem eu era, ele disse, “Ó, você é o Muçulmano em favor de quem temos orado.” Eu insisti, “Vocês não precisam orar por mim. O Islã é minha religião. Allá é meu deus.” Enquanto eu olhava para aquele homem, uma sensação estranha veio a mim.

Enquanto eu continuava a desafiar Deus com minha orações, coisas estranhas começaram a acontecer. Um Domingo, após eu ensinar na mesquita sobre a história do Natal e a crença Cristã sobre o nascimento de Cristo, uma irmã Muçulmana me pediu para explicar a visão Islâmica do nascimento de Crsito. Eu recitei a Sura 3:45-47 do Alcorão. Eu havia recitado e explicado esses versos diversas vezes e havia ouvido os ímames e estudiosos Islâmicos os explicando. Ainda enquanto eu falava, por alguma razão desconhecida, uma profunda dúvida surgiu no meu coração pela primeira vez. Eu não estava certo de minha resposta. Comecei a intensificar meu estudo da Bíblia, comparando as referências a Jesus na Bíblia com as do Alcorão. Eu não tive problemas com os ensinos do nascimento virginal. O Alcorão diz na Sura 3:47, “Ela disse, Ó meu Senhor, como hei de ter um filho se nenhum homem jamais me tocou?” O que o Islã rejeita é chamar a Jesus Cristo de Filho de Deus.

Minha recitação do Alcorão em Árabe não era articulada ou fluente. Entretanto, era aceitável e compreensível o bastante para dirigir as orações na mesquita. Uma vez enquanto eu recitava Al Fatiha, como já fizera várias vezes, estranhamento eu não pude me lembrar de todas palavras. A recitação do Alcorão deve ser de palavra por palavra, sem deixar nenhuma de fora. Eu pude ouvir um irmão Muçulmano atrás tentando me corrigir, mas eu não pude lembrar. Após a oração ele veio a mim. Um Egípcio, ele era fluente em Árabe e na recitação do Alcorão. Eu nunca me esqueci de suas palavras. Ele disse, “Irmão, por causa de seu erro ao omitir uma palavra, Allá não aceitará nossas orações. O ímame é quem fica à frente. Todos o seguem ao dirigir as orações. A responsabilidade da oração está com ele. Ele ele está errado, a oração de todos está rejeitada.” Suas palavras tilintaram em meus ouvidos, e o peso da responsabilidade foi grande demais para eu suportar. Eu disse-lhe que nunca mais conduziria a oração na mesquita de novo.

Após aquele dia, eu soube que havia algo acontecendo comigo, mas eu não sabia o que era. Por mais que eu amasse o Islã, dúvidas começaram a vir à minha mente. Minha vida como Muçulmanos começava a definhar-se rapidamente.

Então, um dia recebi uma carta de minha irmã me convidando para sua cerimônia de formatura no Cristo para as Nações. Eu sabia em meu coração que essa visita ao Texas seria importante. Eu telefonei à minha irmã e disse-lhe, “Eu acho que essa viagem será um ponto crucial em minha vida. Eu tenho feito aquela oração que você me pediu para fazer. Quando eu voltar eu ou serei um Cristçao ou vou dedicar mais minha vida ao Islã.”

Minha irmã me encontrou no aeroporto e me levou à sua formatura. Canções e orações enxeram o ar enquanto entrávamos ao auditório. Pudi sentir que era algo especial. Após o culto, minha irmã me apresentou a um ex-Muçulmano da África. Ele começou a explicar porquê se tornara um Cristão. Ele explicou que fora educado em uma tribo Muçulmana que misturava velhas práticas tribais com o Islã. Ele compartilhou um incrível testemunho de como conheceu a Jesus Cristo.

No dia seguinte, minha irmã me apresentou a um estudente Egípcio que era um ex-Muçulmano. Nunca me esquecerei dele. Eu estava realmente impressionado porque ele veio de uma longa linhagem de Muçulmanos. Ele conhecia o Islã e o Alcorão e era fluente em Árabe. Ele compartilhou Filipenses 2:5 comigo. Ele começou a dizer-me como Deus amou-nos tanto que Ele próprio veio na pessoa de Jesus Cristo para morrer na cruz por nossos pecados, deixando seu trono e abrindo mão de sua autoridade para assumir a forma humana e se tornar um servo. Ele me disse que Deus era um Desus pessoal. Ele disse que sua mãe o havia dito, “Se você negar o Cristianismo, te darei um milhão de dólares. Sabia que confessar que Jesus Cristo é o Filho de Deus é shirk [idolatria] no Islã.” Ela disse, “Filho, se você não rejeitar o Cristianismo, deste dia em diante você não é mais meu filho. Você estará morto.” Ele disse a sua mãe que nunca poderia, jamais poderia negar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, porque Jesus era seu Salvador. Ele disse-me que chorou e que estava profundamente ferido porque sua família inteira deu-lhe as costas. Suas palavras tocaram profundamente meu coração.

No dia seguinte, minha irmã me levou à sua igreja. Eles estavam cantando, louvando e adorando a Deus, e eu decidi que naquele dia eu aceitaria a Jesus Cristo. Após o pastor ter falado, eu disse-lhe que queria aceitar a Jesus. Eu não entendia o conceito de Trindade, mas eu tive que dar um passo de fé. Tudo o mais que eu havia tentado me desapontou. O pastor me disse que o entendimento ainda viria, mas agora eu primeiro precisava experimentar a Jesus Cristo pela fé.

Eu não entendi o que eu havia feito, mas eu sabia que era um homem transformado por dentro. É como se uma tonelada fora tirado de cima de mim. Eu não mais precisava viver pela lei e nem precisava mais tentar ser bom o bastante para entrar no céu.

Hoje, eu sei que tenho um relacionamento pessoal com Jesus. Eu sei que é pela graça de Deus que sou salvo.

Como Muçulmano eu era chamado antes como Khalif Majid Hassan. Eu aceitei a Jesus Crsito como meu Salvador em Dallas, Texas, em dezembro de 1986.

Se você tiver perguntas, pode falar comigo por e-mail.

 


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